Avaliação Seriada na USP

09abr08

A USP fez um negócio bacana: adotou a avaliação seriada, um sistema de testes que gera pontos no vestibular para alunos da rede pública (mais detalhes n’A Volta). Sou totalmente a favor: se dois moleques tiraram a mesma nota no vestibular, um estudou no São Bento, outro na Escola Pública “Centro Educacional Maluf roubou a grana do giz”, o segundo é EVIDENTEMENTE mais inteligente que o segundo. Quando se acha um negócio que é socialmente justo e economicamente eficiente, tem que apoiar.



7 Responses to “Avaliação Seriada na USP”

  1. 1 polemizando

    E o aluno que estudou na escola particular “pagou passou do interior” e tira a mesma nota que um aluno da escola de aplicação da universidade, também é EVIDENTEMENTE mais inteligente?

  2. 2 André

    Bem, se o cara PAGA para estudar numa escola particular que tem nível de escola pública, aí ou ele é burro mesmo ou tá queimando dinheiro. Se não tem mais dinheiro pra pagar uma privada melhor, vai pra pública. Se pode pagar mais e continua no “pagou passou do interior”, bem, esse aí merece continuar na mesma merda.

    Agora quanto às escolas de aplicação, já é dificílimo entrar nelas. O ensino delas é absurdamente superior ao das outras escolas públicas, principalmente as da periferia, como disse no meu post. Deveria haver uma maneira de igualar a competição entre os próprios alunos da rede pública. Porém, a medida da USP tem de ser louvada. Eu conheço bem, aqui de São Paulo, a escola técnica federal e a escola da fatec (bem avaliadas no enem) e a quantidade de caras de escolas privadas que vão para estas escolas no ensino médio não é muito alta.

    Resumindo então a resposta da pergunta formulada pelo polemizando: não, não é. Ou tem mais grana para ir para uma escola privada melhor ou então vai pra pública e ganha os pontos extras da Fuvest.

    Abraços,

  3. 3 polemizando

    Pensei que a definição de inteligência fosse estudar num lugar ruim e tirar a mesma nota de quem estudou num lugar melhor, mas se só pode ser considerado inteligente o cara que estuda na escola **pública** ruim eu digo que o argumento da inteligência não é real, apenas visa dar suporte à idéia dos pontos extras como justiça social.

  4. Polemizando, a prova para entrar em um Aplicação é muito difícil, e os Aplicação são completamente excepcionais no quadro brasileiro. Agora, o André está certo no seguinte: se o moleque estudou em uma escola particular, com certeza é melhor do que as públicas disponíveis para ele, ou o pai do sujeito é um débil mental. Se as públicas boas, como o Aplicação, estão fora do alcance dele, é porque ele não passa na prova. Um garoto muito pobre poderia reclamar que não passa no Aplicação porque não tem chance de concorrer com o pessoal de classe média ou média baixa que entra lá, mas, se o cara tem grana para qualquer mensalidade que seja, não está nesse grupo.

  5. 5 André

    Matou a pau, dr. NaPrática. E sobre a definição do polemizando, só um adendo: uma coisa é estudar em lugar ruim porque é a única opção, outra é estudar em lugar ruim porque quer. Se o cara não tem grana pra estudar em escola particular e foi pro ruim ensino público, ele merece ter uma nota a mais pois a competição é desigual pra este cara; agora se o cara tem grana pra pagar uma particular e vai pra uma particular ruim, o pai do cara, como bem disse o NaPrática, é um débil mental.

    “Ah, mas às vezes o cara só tem grana pra botar o filho numa escola particular ruim…”

    Bem, se este é o caso, é melhor colocar o muleque numa escola pública. Se o cara é de classe média baixa e põe o filho numa particular, é pra dar uma formação um pouco melhor pro muleque; agora, se a particular é picareta, pô, o cara tá jogando dinheiro fora na maior.

    Um fato, pelo menos da USP: a galera que lá passou e veio de particular (a maioria), não veio do colégio “madre Ximboquinha de Piririca da Serra” e sim do Bandeirantes, do Sion, etc, etc…

    Abraços,

  6. “Centro Educacional Maluf roubou a grana do giz”… fiquei rindo uns 5 minutos! Adorei.

  7. Grande Ulisses! Ainda bem que alguém riu da piada! 🙂


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